A TRISTEZA, A SAÚDE E OS LEÕES

Críticas e defesas marcam sessão na Câmara

Discussões e revoltas, além de desnecessários e desgastantes pedidos de aparte marcaram a sessão de 22 de fevereiro na Câmara Municipal de Vereadores. No ato, apenas Rogério Maluf Gonçalves (PRP) e Ronilson Costa Cardoso (PSD) não compareceram. 

José Carlos de Araujo Vieira Junior (PTC) se disse muito entristecido com os últimos acontecimentos. Ele afirma estar percorrendo a zona rural da cidade em um movimento do PC do B chamado “Diálogos por Itapecuru”, com o intuito de ouvir as dificuldades da população e ver in loco os problemas do município. Carlos Junior diz que a situação da estrada do Tingidor é desesperadora. “Se juntarmos todos os recursos dos últimos 20 anos para o local, ela já estaria pavimentado. Para quem estar no poder, o dinheiro ultrapassa o senso de justiça”, disse ele, que dando prosseguimento as denúncias, afirma que os postos de saúde não têm remédios, o que agrava a situação em um período de dengue, zyca e chikungunya. “Postos abrem uma vez por mês. Os médicos não vêm, pois não há estrutura. Sou oposição, mas não torço contra o desenvolvimento”, elucidou. O vereador promete colocar um requerimento na Câmara, que cobra a presença da Secretária Municipal de Saúde Flávia Bezerra, para explicar o que está sendo feito no município contra a epidemia que o país passa. 

Carlos Junior pediu a Abraão Nunes Martins Neto (PT do B), a quem chama de “líder do desgoverno”, que tentasse amolecer o coração do Prefeito Magno Amorim, já que o chefe do executivo municipal não se preocupa em resolver a situação nem em um ano eleitoral. “O Hospital Adélia Matos Fonseca está superlotado, pois não há postos de saúde. Magno Amorim e Junior Marreca baixaram a cabeça para Roseana Sarney e o hospital foi para Matões. Com que discurso eles querem ser Prefeito?”, afirmou o líder da oposição, que aproveitou para lembrar que o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) dá R$ 6.500,00 para cada lavrador, mas como Itapecuru não tem plano agrícola, o dinheiro acaba voltando. “Cadê as três patrulhas agrícolas do município? Quantos campos agrícolas Magno fez? Cadê as máquinas e os tratores?”, questionava o vereador, que defende o aproveitamento da agricultura familiar.

Abraão Martins fez o uso da palavra apontando que há controvérsias na fala de seu adversário no parlamento municipal. Segundo ele, nos últimos três anos foram construídas 42 escolas, onde antes eram legítimos currais, que nem existia água potável. “O antigo gestor tem hoje uma mansão na Flórida (EUA). Ele conseguiu multiplicar bem seu dinheiro só com venda de cerveja”, afirmou o vereador, que voltou a acusar Carlos Junior de ser coautor, partícipe e conivente com o que acontecia no governo Junior Marreca, já que ele era o Procurador do Município. 

Sobre a saúde, Abraão diz que ela vai muito bem, obrigado. Segundo ele, Flávia Bezerra é uma secretária muito competente e que hoje temos todos os postos de saúde lotados, que já estão inclusive fazendo Raios x. Diferente do Hospital Adélia Matos Fonseca, que, segundo o vereador governista, está servindo de cabine eleitoral para o pré-candidato a Prefeito Neto Marreca, que estaria distribuindo tijolos e cimentos no local. 

Dando prosseguimento, Abraão disse que o atual projeto asfáltico do município é em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), vigente desde o período em que Roseana Sarney era Governadora. Sobre o atual chefe do executivo estadual, ele disse que Flávio Dino deveria soltar os leões do palácio em Itapecuru para devorar muita gente, a começar por uma pessoa que mora no bairro da Aviação. O Itapecuru Agora irá respeitosamente ocultar a identidade dessa pessoa.

Acabada a discussão, foi a vez de Edna Teixeira Martins (PCdoB) fazer o uso da palavra. Nesse momento, mais da metade dos vereadores presentes deixaram o plenário – fato que em muito a incomodou. A vereadora voltou a defender que a situação no Hospital é em virtude do não funcionamento dos postos de saúde. Ela e Antonio Cardoso (PPS) se propuseram a conversar com Flávia Bezerra. Voltando a sua fala à educação, ela parabenizou o Secretário Municipal de Educação Pedro Everton por estar preocupado com a atual situação e por ter conseguido, até sexta-feira, uma reunião com o Prefeito Magno Amorim. “Queremos negociar para entrar em consenso. A decisão sobre a greve é da categoria. Aceitamos o dinheiro do FUNDEB parcelado em até três vezes e, no máximo, até julho. Se não houver acordo, haverá greve a partir de 01 de março. Não queremos isso”, concluiu.

Após as defesas pessoais, a sessão foi encerrada.

Matéria  e Fotos extraida do site Itapecuru Agora