Itapecuru Mirim - Juíza leva servidores da comarca para conhecer APAC

Ideia da magistrada era 'dar rosto e vida' às pessoas conhecidas apenas através de nome em processos
Uma visita organizada pela juiza Mirella Cezar Freitas, titular da 2ª vara da comarca de Itapecuru Mirim,  levou um grupo de dezoito servidores do Poder Judiciário local a conhecer, no último dia 16, o Centro de Reintegração Social da APAC - Associação de Proteção e Assistência aos Condenados. A visita se deu após o expediente forense (18h) e reuniu servidores das três varas da unidade. Recepcionaram os visitantes funcionários e membros da Associação, bem como a voluntária Teresa Muniz, que conduziu a visita.
Segundo a juíza, antes da visita os servidores responderam a um questionário com indagações sobre "se já haviam visitado um presídio comum, se conheciam o método APAC, e o que esperavam encontrar lá". Entre as respostas, a da servidora Reygianny Lima, que "esperava encontrar um local sujo e fétido, além de pessoas mal tratadas e ranzinzas".
Surpresos e emoção - Nas palavras da magistrada, não foi o que aconteceu. Mirella Cezar relata que, ao serem apresentados pelos recuperandos às instalações da APAC e após conversarem com os mesmos sobre o  método, o cotidiano de estudo e trabalho, a importância da família e da comunidade na reinserção dos egressos do sistema carcerário na sociedade, alguns servidores "se emocionaram e ficaram surpresos com o que viram".
Caso da técnica judiciária Susiane Marques, que se disse comovida com o comprometimento dos recuperandos e do quanto esses recuperandos estão conscientes dos erros cometidos e da necessidade de pagar por eles (erros). Para a servidora, no Centro de Reintegração Social da APAC "os apenados cumprem pena de maneira digna e humana, mas com muita disciplina no trabalho, estudo e religião".
A importância do resgate das famílias dos recuperandos feito pela APAC foi o ponto destacado por outra visitante, a servidora Luciana Veras. Na visão de Luciana, "esse fator contribui de forma significativa na ressocialização dos apenados".
Rosto e vida - Nas palavras da juiza Mirella Cezar, a visita cumpriu o seu objetivo. "A ideia era dar rosto e vida àquelas pessoas que os servidores só conheciam de nome por meio dos processos. Também foi  fundamental que os servidores percebessem a luta para humanizar a prisão por meio da melhoria das condições físicas dos presídios e da vida dos presos", declara.
E conclui: "Afinal, na Apac procura-se desenvolver nos recuperandos, por meio do trabalho de valorização humana, o objetivo de viverem em harmonia e de se reintegrarem à vida em sociedade, pois diminuir a reincidência implica em proteger a sociedade".
Lanche, música e agradecimento - Um lanche oferecido aos presentes e apresentação musical pelos recuperandos marcaram o encerramento da visita que contou ainda com exposição de artesanato produzido pelos recuperandos do regime fechado. Os visitantes foram brindados ainda com cartão de agradecimento pela visita. 
Marta Barros
Assessoria de Comunicação
Corregedoria Geral da Justiça do Maranhão