Crise econômica eleva número de imóveis parados em São Luís

Entenda como anda o mercado imobiliário neste período 
Foto: Freepik 

O mercado imobiliário costuma ser influenciado diretamente por questões do mercado político e econômico. Isso porque as ações nesses dois segmentos refletem diretamente no acesso dos clientes aos imóveis. Entre os fatores estão as mudanças na Taxa Selic, que costumam aumentar em períodos de turbulência, dificultando o acesso ao crédito por parte dos consumidores. 

Com a chegada da pandemia por conta do Coronavírus, o cenário não iria ser diferente, agora apresentando novos desafios aos setor. Os dados mostram que nos últimos 60 dias, o mercado imobiliário precisou frear aquilo que até então vinha sido intensificado desde 2019, no que se refere a velocidade das vendas. Isso porque muitos consumidores tem repensado e até mesmo adiado os planos de comprar casa em São Luís. Uma pesquisa revelou que 86% dos entrevistados devem adiar a decisão de compra ou locação em virtude do período de incertezas pelo qual estamos passando.

Dados do Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi SP) mostram que só no mês de abril, a redução de contratos para a compra de imóveis ficou em 67,5%. A queda também pode ser observada na locação, com baixa de 43% nos imóveis residenciais e 59,5% nos imóveis comerciais. 

Já as incorporadoras apresentam vendas em torno de 56% ao longo do período de pandemia, resultado das negociações iniciadas antes do período de crise. O número revela que cerca de 35% das empresas conseguiram realizar negociações durante o período de quarentena. 

Também foi realizado uma pesquisa para entender o que mais tem afetado a relação dos consumidores para com o mercado e o fator mais recorrente nas respostas é a apreensão em não poder visitar o imóvel para avaliar o estado em que a unidade se encontra. Já por parte dos usuários que desejam comprar um imóvel, a dúvida é em relação a insegurança financeira que o período atual traz. 

No momento, que vende ou aluga tem medo de receber pessoas estranhas para visitar os imóveis. E já que ainda tem interesse em um apartamento em São Luís ou espaços para alugar, tem recesso em virtude da queda econômica e do poder de pagamento. Veja a seguir o que já mudou e o que ainda vai mudar no mercado imobiliário daqui para frente: 

Casas maiores, escritórios menores 

Entre as mudanças mais significativas na buscas em meio ao mercado imobiliário está o padrão de imóveis desejados pelos clientes. Anteriormente, o mercado caminhava em uma tendência de unidades enxutas e espaços compartilhados, que já deve ficar para trás em breve. As buscas atuais do mercado revelam um desejo maior por áreas como varanda, um escritório maior, uma sala mais espaçosa, para aproveitar mais o período dentro de casa, o que tem demandado imóveis comerciais mais espaçosos. Um novo desafio para o mercado imobiliário daqui em diante deve ser atender a demanda demográfica das grandes cidades, que em sua maioria, contam com família de até três pessoas. Para isso será necessário encontrar o equilibrio entre a relação de compartilhamento entre as pessoas, a redução dos espaços e o anseio de se viver em espaços maiores e com ainda mais qualidade. 


Tempo de Digitalização  

Não é de hoje que os consumidores realizam as buscas por imóveis na internet antes de realizar a avaliação em visita ou até mesmo buscar a ajuda de especialistas nas imobiliárias. A grande diferença deve ser o papel que a presença na internet tem ocupar no processo de quem busca comprar ou alugar em um futuro próximo. O mercado imobiliário já vinha em processo de digitalização, que deve se intensificar nos próximos meses, como forma de manter o ritmo das operações. 

Investimentos em marketing digital, reforço no atendimento online e atuação com parceiros são algumas das alternativas que devem ganhar ainda mais força. Entre parte da rotina de trabalho, reuniões online e atuação a distância devem ser uma das transformações na vivência de quem atua no setor. Outra estratégia que deve potencializar os resultados é aquisição de leads via inbound marketing. Com a captação de contatos atráves das redes sociais e dos mecanismos de buscas como o Google, é possível traçar melhor o perfil dos clientes e ajudar no processo de tomada de decisão. Com isso, alguns fechamentos podem acontecer 100% via online ou no máximo com o agendamento da visita ao imóvel por parte do cliente. 

Novas locações 

A crise econômica tem revelado uma mudança transformadora, principalmente frente a necessidade das pessoas e aquilo que elas esperar ao adquirir as chaves de imóvel. Os micro-apartamentos vão dar cada vez mais espaço para empreendimentos conceitos como é o caso dos edifícios boutique, com combinam estilo de vida e construção sustentável nas grandes cidades. Outras áreas, que até não eram tão aproveitadas e valorizadas devem ganhar uma nova utilidade. 

Entre elas estão as varandas, terraços, rooftops, que permitam aproveitar a área ao livre mesmo que em uma pequena parte da residência ou do condomínio, sem a necessidade de se dirigir ao parque ou a uma área externa urbana. Os coworkings, que geravam colaboração no ambiente de trabalho, devem assumir um novo papel em virtude da valorização dos espaços de home office dentro das casas e apartamentos, que se farão cada vez mais necessários daqui em diante. 

Em meio a isso,muitos clientes esperam uma baixa no valor dos imóveis em meio ao período de pandemia, mas é possível que o mercado imobiliário, realizando os ajustes necessários, saia ainda mais fortalecido da crise atual. Isso porque a precificação dos imóveis questões como m² quadrado das unidades, a área de localização do imóvel, que podem gerar um novo índice de valorização dos espaços nas imobiliárias e também nas regiões da cidade, que podem sofrer com uma alta ou baixa no nível demográfico a longo prazo. Diferentemente de flutuações causadas por uma simples crise econômica e política que até então o mercado estava acostumado a enfrentar e driblar nos últimos anos, com relacionamento e confiança junto aos clientes, que deve ser cada vez mais necessário em um novo normal. 

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