Itapecuruenses Notaveis

JOÃO FRANCISCO LISBOA
HOMENAGEM DA ACADEMIA ITAPECURUENSE DE LETRAS – AICLA     
Tendo como foco um dos seus principais objetivos, que é a projeção e preservação da memória cultural itapecuruense, ACADEMIA ITAPECURUENSE DE CIENCIAS LETRAS E ARTES – AICLA, este mês de abril a AICLA presta homenagem ao JORNALISTA JOÃO FRANCISCO LISBOA pela passagem do seu bicentenário de nascimento, no dia 28 de abril às 19:00 horas no Plenário da Câmara Municipal.
A AICLA foi fundada com 40 Cadeira  que tem como Patronos  itapecuruenses  que se destacaram  na Cultura, Artes ou que prestaram grandes serviços à nossa cidade.  João Lisboa teve seu mérito reconhecido sendo representante da Cadeira nº 20  tendo como Membro Fundador,  o Acadêmico Raimundo Nonato Lobo Castro Filho.
ACADÊMICO:
RAIMUNDO NONATO LÔBO CASTRO FILHO, nasceu em São Luís, Estado do Maranhão, em 11 de março de 1975, filho de Raimundo Nonato Lôbo Castro (já falecido) e Raimunda Mendes Castro, ambos itapecuruenses. Estudou primeiramente em Itapecuru Mirim e depois retornou à sua terra natal para concluir o segundo grau, e para cursar Comunicação Social na Universidade Federal do Maranhão, onde se graduou com habilitação em Jornalismo.
Após exercer o jornalismo em empresas de comunicação (rádios, tv’s, jornais e revistas), e em órgãos públicos e privados (assessoria de imprensa) na capital, volta para Itapecuru Mirim e aqui se torna colaborador do Jornal de Itapecuru, passando a utilizar suas páginas para a defesa da cultura e da educação, com textos interessantes, do ponto de vista social;  e registros importantes, do ponto de vista da história de Itapecuru Mirim.
Também em Itapecuru, atua em órgãos públicos e empresas privadas fazendo o que mais gosta: escrever. Atualmente, é o diretor do site de notícias Itapecuru Agora e edita, semanalmente, a coluna “R Castro Comenta”.
Há vários anos radicado em Itapecuru, exerce o  jornalismo, milita na política e é um autêntico defensor do interesse coletivo.
Em reconhecimento pelos relevantes serviços prestados a Itapecuru Mirim, recebeu em 2010, o título de “Cidadão Itapecuruense”, outorgado pela Câmara de Vereadores local.   
   
BICENTENÁRIO DE JOÃO LISBOA
Por  Benedito Buzar, Presidente da AICLA
Em 22 de março de 1812, nascia em Pirapemas, distrito de Itapecuru, João Francisco Lisboa. Ainda que o povo brasileiro não cultue como deveria cultuar os grandes vultos que marcaram de modo brilhante suas atividades nas letras e nas artes ou glorificaram a sua história com atos edificantes, João Lisboa é dos poucos intelectuais que continua merecendo das gerações que o sucederam os mais fervorosos louvores pelo que em vida construiu em favor da cultura nacional.
Quando João Lisboa completa 200 anos de nascimento, uma pergunta paira no ar: por que este ilustre maranhense ainda permanece vivo e sempre louvado pela crítica e pelo mundo cultural brasileiro? Quem nos dá a resposta é o escritor Jomar Moraes, no seu precioso Apontamentos de Literatura Maranhense: “João Francisco Lisboa, com muita justiça, considerado um dos fundadores da crítica nacional, e a quem Sílvio Romero chamou de príncipe dos historiadores brasileiros, é o primeiro grande moralista e historiador maranhense. Espírito arguto, compulsou  com impressionante senso de análise vasta bibliografia histórica de seu tempo, dando-lhe interpretação crítica, ao contrário de muitos, antes e depois dele, que se limitaram a copiar a repetir”.
Não é por outro motivo que a Academia Maranhense de Letras, em comemoração ao seu bicentenário de nascimento, vem de tomar duas providências de alta relevância cultural: decidiu que 2012 será o Ano de João Lisboa e no curso do mesmo  promoverá eventos sobre sua vida e obra, bem como reeditará, em parceria com a Alumar, as obras completas do notável historiador.
Para que se tenha idéia, ainda que resumida, da história de vida de João Francisco Lisboa, um dos maiores jornalistas brasileiros de todos os tempos, repasso aos leitores esta súmula biográfica, extraída do Panteon Maranhense, da autoria de Antônio Henriques Leal: Primeiro filho do casal João Francisco de Melo Lisboa e Gertrudes Rita Gonçalves Nina. Estudou as primeiras letras em São Luís, onde viveu até os onze anos quando voltou a Pirapemas. Com o falecimento do pai, retornou a São Luís, onde trabalhou como caixeiro. Anos depois, largou o emprego e dedicou-se ao estudo, sob a orientação de mestres renomados, destacando-se Sotero dos Reis. Sem freqüentar nenhum curso superior, tornou-se um devorador de livros, que lhe deram uma vasta cultura, especialmente no campo dos estudos históricos.
Fez-se amigo de José Cândido de Morais e Silva, redator do Farol Maranhense, que exerceu sobre ele forte influência política e jornalística, e com o qual lutou contra os portugueses que não desejavam a independência do Brasil, luta essa que levou José Cândido à prisão e depois à morte.
João Lisboa, fundador do jornal O Brasileiro, não deixou o Farol Maranhense acabar, tomando a iniciativa de continuar a luta e manter os ideais de José Cândido. Anos depois, o Farol Maranhense desaparece, mas o jornalista de Pirapemas não desvanece e funda o jornal Eco do Norte e posteriormente a Crônica Maranhense, em defesa das cores do Partido Liberal.
Em novembro de 1935 é nomeado para o cargo de secretário do Governo e, na mesma ocasião, passaria a pertencer à Assembléia Provincial do Maranhão, instituída por força do Ato Adicional de agosto de 1934.
Em 1938, deflagra-se no interior do Maranhão um movimento de rebeldia, chefiado por lideranças populares, contra o despotismo reinante na Província, movimento esse que se torna nacionalmente conhecido por Balaiada. João Lisboa, pelo apoio dado aos rebelados, foi perseguido pelos poderosos, que tentaram incriminá-lo como um dos incentivadores da insurreição.
Em 1840, apresenta-se candidato pelo Maranhão à Câmara dos Deputados, mas teve sua pretensão abortada pelo Partido Liberal a que pertencia. Frustrado, abandona a vida pública e encerra as atividades que desenvolvia na Crônica Maranhense. Mas, em 1842, retorna às lides jornalísticas, integrando-se ao corpo redacional do jornal – Publicador Maranhense.
Com a saúde abalada, em 1851, afasta-se do jornalismo, e mesmo sem o diploma de advogado, entrega-se à militância forense, com exercício na comarca de São Luís, onde militou com brilhantismo no Direito Criminal.
Em 1855, dispondo de recursos financeiros troca São Luís pelo Rio de Janeiro, em companhia da esposa e da filha adotiva. Na capital do Império, fez parte do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e colabora em dois periódicos cariocas: Jornal do Comércio e Correio Mercantil.
No ano seguinte, viaja a Lisboa, onde foi comissionado pelo governo brasileiro para pesquisar e coletar documentos relacionados à nossa história, bem como trabalha na conclusão do Jornal de Timon, que começara a escrever em São Luís, e na biografia do padre Antônio Vieira.
Antes de seu falecimento, em Lisboa, no dia 23 de abril de 1863, ainda fez uma viagem em 1859 para rever e despedir-se da sua amada Província.         
                      Jucey Santos Santana - AICLA Cadeira nº 17
Obs: Informações da Academia, consultas sobre Membros e Patronos – 98 8811 7455 /  8835  7030