PROFESSOR JOÃO SILVEIRA
Educando com Amor
João Silveira é referencia na história da cultura, política e magistério para Itapecuru Mirim. Procurado por estudantes e professores como fonte de pesquisa, nas diversas áreas relacionadas a cultura da nossa cidade.
Nasceu em Itapecuru Mirm em 26 de novembro de 1928 e faleceu em 01 de julho de 2004. Filho do carpinteiro Serafim Marques da Silveira, de origem cearense, e de dona Rita Bezerra Silveira. Fez seus primeiros estudos no Grupo Escolar Gomes de Sousa, na sua cidade, e por falta de instituições de ensino mais avançados, seus pais o encaminharam à cidade de Caxias, onde cursou o ginásio e Magistério no tradicional Colégio Caxiense.
A sua vida foi pautada, no estudo, na educação com responsabilidade, ética e principalmente amor. O objetivo central, que norteava suas ações, era o de formar cidadãos conscientes por meio do desenvolvimento harmônico de todas as suas potencialidades, para um futuro promissor, elemento basilar da ação dos educadores.
Aliou-se a Leonel Amorim, e Natinho Ferraz, no projeto da criação da Escola Normal Regional, que inaugurou em 1955
Proferiu aula inaugural em 1982 na solenidade de abertura do Colégio Newton Neves, pela sua importância no âmbito Educacional.
O professor João Silveira, exerceu seu mister por mais de 40 anos, e ao assumir compromissos profissionais, sempre levantando a bandeira em favor da melhoria do ensino, e condições para a classe que representava; a de educadores. Essa era a qualidade primordial inerente a seu caráter: o compromisso, o engajamento, o e comprometimento, com bom senso, assiduidade, jamais ultrapassando os limites éticos da profissão por ele adotada.
O Professor João Silveira foi um dos pioneiros da luta Sindical, nas décadas de 1950/60 junto à Bernardo Rosa, Sebastião Cabral, Justo Evangelista, Biné Mendes, Domiciano Siqueira, e tantos outros valorosos heróis anônimos, que fizeram parte do processo de fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais. João Silveira era representante da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG, criada em 1964 por João Goulart, entidade que sofreu intervenção dos militares até 1968, quando passou a ser dirigida sem a ação do Estado. Em 1969 o governo liberou a Carta Magna que dava a instituição e legalização e liberação para o funcionamento depois de muitos anos de luta. “Naquela época eu como representante da CONTAG na região recebi a Carta Magna e entreguei aos sindicalistas, que receberam com festa” disse o Professor João Silveira
A história da CONTAG é a de luta pela reforma agrária, reconhecimento da mulher como trabalhadoras rurais, pela inclusão na Constituiçao Brasileira de 1988 dos direitos do trabalhador do campo, garantia de aposentadoria (55 anos para mulheres e 60 para homens), política para agricultura familia, para evitar o êxodo rural, e outros...
CARGOS QUE OCUPOU
Dos muitos cargos que ocupou, para citar alguns: Representante da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura - CONTAG, professor do Ginásios Bandeirantes, Escola Mariana Luz, Escola Normal Regional Gomes de Sousa, Coordenador do Mobral ( movimento da Alfabetização Brasileira) na década de 50.
Também foi Vereador, Inspetor de Ensino do Estado, Secretário de Educação, 1970/1974 , Diretor da Casa da Cultura 1990/1992, Redator do Jornal Itapecuru, Agente Administrativo Estadual, Professor de Português, Literatura Geral, Inglês, Espanhol, Latim, Noções de Francês, OSPB, Ciências Físicas e Biológicas, Geografia do Nordeste e História. Polivalente em suas funções, o Professor João Silveira possuía diversidade cultural fora do comum. “Ele tinha grande inteligência, apesar de muito determinado, até mesmo teimoso” confirma a professora Maud Mubarack. Ele lutava por aquilo que acreditava.
HOMENAGENS RECEBIDAS
Patrono do Grêmio Estudantil do C.E.M. Professor Newton Neves, Celebridade 2003, Concurso Literário Professor João Silveira (2005) “Mestre dos Mestres” oferecida pela Eletronorte em 1993, Patrono da Casa da Cultura, julho de 2001
Como homem Público lutou para conscientizar seus pares, da grande importância social de uma política educacional mais efetiva, voltada para a comunidades, urbanas e principalmente rurais em nosso município, com o intuito de fomentar entre edis posições e idéias de valorização à educação, debates abertos, defendendo a classe dos operadores da educação.
Duas grandes frustrações do mestre, a primeira foi não ter conseguida fundar a Academia Itapecuruense de Letras pela qual empreendeu grandes esforços no sentido de viabilizar o projeto, e segundo não ter publicados seus escritos, porem muito das suas idéias foram imortalizadas nas publicações do Jornal Itapecuru, de propriedade do seu amigo Gonçalo.
O povo de Itapecuru Mirim sentiu muito o desaparecimento do grande professor, andando pelas ruas da cidade distribuindo o seu conhecimento, e falando com todos, era carinhosamente apelidado de “Almanaque Ambulante”
“O professor Silveira, foi mais que um pai, foi amigo, foi parceiro dos seus alunos, na busca pelo saber, gostaria de ter tido o benefício de sua presença por mais tempo na minha vida”, afirma o seu filho André Silveira, também educador, que é o guardião da memória do seu amado progenitor, por quem tem o maior orgulho.
Jucey Santana