LEONEL AMORIM DE SOUSA
LIDERANÇA E INOVAÇÃO
Com a vasta extensão territorial, no seu Estado, trazendo muitas oportunidades de trabalho para os profissionais da Agrimensura, foi isso que o jovem Leonel Amorim, enxergou ao se deslocar do Piauí à Belém para fazer o curso de técnico Agrimensor, para atuar nas demarcações das grandes glebas que estavam sendo adquiridas por arrendamentos, assentamentos ou por compra para grandes latifúndios.
Nascido na cidade de Esperantina, Estado do Piauí em 07 de novembro de 1927, filho de José Amaro Neto e da Senhora Feliciana Amorim de Sousa, desde muito novo se mostrou determinado, inovador em todos os seus projetos de vida, e logo se tornou um dos melhores profissionais do seu ramo na época.
Em 1949, já com certo prestígio em Agrimensura foi para Chapadinha, a convite do agrônomo Oscar Belo, como demarcador de terras, onde conheceu sua esposa a professora Maria do Rosário Barros Amorim (26-10-1928)
Casou-se em 31 de maio de 1950 e fixou residência em Itapecuru-Mirim destacando-se por sua capacidade profissional, pelos conhecimentos agronômicos e jurídicos o fizeram exercer o mister de Agrimensor e Advogado Provisionado.
Escolheu para residência a rua Coronel Catão, antiga rua do Egito, onde outrora era reduto das famílias sírio-libanesas que começaram a chegar no final do século XIX, para citar alguns: Jose Buzar e Rafisa Buzar, comerciantes, pais de Abdala Buzar ( prefeito) avos de Benedito Buzar (escritor, historiador, político, presidente da Academia Maranhense de Letras) Wady Fiquene ( prefeito) Domingos Italiano, comerciante, pai de Manoel dos Santos, Teresa (esposa de Antoninho Raposo), Ana ( esposa de Miguel Ahid), Maria (esposa de Jeorge Assef) libaneses que muito contribuíram para o progresso de Itapecuru.
A professora Maria do Rosário começou a lecionar no Grupo Escolar Gomes de Sousa, e foi sua diretora de 1962 até 1983 quando da sua aposentadoria, e segundo a mesma, “trabalhando muitas vezes, nos três turnos, devido a carência de profissionais da área de educação”.
“Na época, além do Grupo Escolar Gomes de Sousa existia apenas a escola particular da dona Cotinha, a da Casa Paroquial do Padre Albino e a da Maria do Socorro Fonseca, (1962) que funcionava em uma casinha cedida por Graciete Cassas no Luis Antonio, (futura Escola Maria Gorete), as escolas eram na sua maioria de iniciativa privada, mantidas com recursos próprios” lembra,dona Maria do Rosário.
LEONEL AMORIM - O EDUCADOR
Inquieto com a situação da educação, que andava a passos medíocres, e com o apoio de educadores a exemplo de João Silveira, Nonato Ferraz, Ozanan Coelho e outros amigos da Educação e Cultura, fundou em 15 de fevereiro de 1955 a Escola Normal Regional Gomes de Sousa, com o objetivo de capacitar professores para a região, implantado o ensino médio em Itapecuru, cabendo-lhes o privilégio de ser pioneiro na cidade. Empreendimento importantíssimo para o do setor educacional. Para citar alguns professores e colaboradores: Leomar Amorim, João Silveira, Nonato Ferraz, José Lauande, Ozanan Coelho.
“Merece especial registro, as solenidades de entrega de diploma da primeira turma de Regentes da Escola Normal Regional Gomes de Sousa, em 15 de dezembro de 1960, graças aos esforços do seu ilustre diretor, ajudado pela boa vontade do corpo docente” disse padre Albino na época.
Registrou ainda o Albino Campos: “Esta escola vem prestando grandes benefícios à comunidade, possibilitando aos jovens bom preparo para o futuro”
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LEONEL AMORIM - O ADVOGADO
Advogado Provisionado, era aquele que, não possuindo formação acadêmica e com certo saber jurídico obtinha autorização do Poder Judiciário para exercer em primeira instancia postulações em juízo, esta prática teve vigência até a década de 80 quando houve a extinção do sistema, e a advocacia passou a ser prerrogativa exclusiva dos bacharéis, Lei 8.906/94. Temos informações de Juízes Provisionados de Itapecuru Mirim na década de 40/80: Benedito Braulio Mendes, Manoel dos Santos entre muitos outros, Promotor : Antoninho Raposo, médicos: Graciete Cassas, Osman Coelho, Biné Mendes, Orlando Mota, Dentista prátco: Biné Mendes.
Poderiam ainda exercer provisionadamente os cargos de Delegados, Subdelegados, Inspetores de Quarteirões, etc.
Leonel Amorim com vasto conhecimento jurídico pelo estudo, pesquisa da interpretação das leis tornou-se respeitado onde quer se apresentasse. Exerceu por mais de vinte anos as lides em defesa dos itapecuruenses com ética, independência e honestidade atuando com boa-fé e respeito às leis na defesa das causas e ele confiadas, defendendo legítimos interesses de clientes; com senso profissional e espírito intuitivo.
- “Ele nunca perdeu uma causa” diz orgulhosa dona Maria do Rosário.
LEONEL AMORIM - POLÍTICO
Na política com seu espírito combativo, e liderança que lhe era peculiar, pelo seu espírito carismático e inovador, foi um grande líder municipal, exerceu 3 mandatos de Vereador e Presidente da Câmara e Procurador Fiscal.
Foi Secretário Geral do Diretório Municipal, onde se destacou pelo espírito conciliador ( época da Ditadura) amigo incondicional da Educação e da Cultura, fazia uso da tribuna para que sua voz tivesse um eco mais sonoro em defesa da educação e dos menos favorecidos de Itapecuru Mirim.
Faleceu em plena atividade política, à serviço dos interesses da cidade, como vice-prefeito, em 21 de julho de 1972, aos 44 anos, em acidente automobilístico, nas proximidade de Bacabeiras, trazendo grande tristeza aos seus familiares, amigos, ex-alunos, professores, e moradores da cidade que ele muito amou.
Embora piauiense de nascimento identificou-se com a cidade que o adotou, dedicando-se à luta pelo progresso, Educação e Bem Estar Social, como homem Público e Educador, sua memória nunca será esquecida como Notável Benfeitor.
LEONEL AMORIM - E A FAMÍLIA
No seio familiar, sempre foi esposo e pai presente e dedicado, referência para seus filhos. Da sua união com a sua dedicada esposa a professora Maria do Rosário, nasceram: Laniel Amorim – Engenheiro Agrônomo , Leomar Amorim - Procurador da República, Leonete – Professora, Leoneide Delfina - Juíza, Lídice Josélia Banco do Brasil, Leonice – Casa Civil, Lehon – Assessor do Estado.
“O que de mais importante meu pai deixou foi as portas abertas para educação daqueles que não tinham perspectiva de vida, essa semente ele plantou na família: a da oportunidade” diz a filha Leoneide.
Leonel Amorim deixou uma grande prole, dos filhos supracitados, já geraram netos e bisnetos espalhados em vários Estados: médicos, advogados (a maioria) engenheiros, professores todos guardam na memória com orgulho as lições de vida, com carinho, exemplo de bom caráter, ética e cidadania, assim era LEONEL AMORIM.
Jucey Santana
