PROFESSOR BENEDITO DOS SANTOS RAPOSO
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| Jucey Santana |
Assim como Joaquim Gomes de Sousa, ( 1829/1864) o “Sousinha” o professor Raposo, nasceu em Itapecurú-Mirim, e ainda criança sua família mudou-se para São Luis, fixando residência no bairro do Anil, e por coincidência a casa onde residiu com seus pais é hoje uma Faculdade, lembrando ainda que a avenida que morou tantos anos, que passa em frente ao Lítero Recreativo Português e vai até a Av. Edson Brandão recebeu o nome do seu pai Antonio Raposo.( itapecuruense)
Foi para Belém, fazer Vestibular, pois em são Luis não existia curso de Engenharia Civil. Em Belém foi morar com o irmão mais velho, cabo da Aeronáutica. Como era de família pobre, teve que trabalhar, e lá começa a dar aulas de matemática, em escolas de 1º e 2º grau. Ao entrar na Universidade Federal do Pará, no curso de Engenharia Civil, começou a grande jornada e paixão pela Matemática pura e aplicada. Livros de cálculo diferencial eram resolvidos por ele em um piscar de olhos. Em Belém, conhece Vera filha de um professor do curso, uma dentista, e estão casados mais de 40 anos.
Ao voltar para o Maranhão, é nomeado Engenheiro, no Departamento de Estradas e Rodagens – DER, e lá conhece o Dr. Haroldo Tavares, que o convida para ensinar na Escola de Engenharia do Maranhão, em instalação. O professor Raposo aceita e ministra a primeira aula, aos primeiros futuros engenheiros do Maranhão, e esta primeira aula foi de Cálculo Diferencial e Integral. Durante trinta e cinco anos, a sua vida foi dedicada ao ensino de Cálculo. Todos os engenheiros civis, formados na Escola de Engenharia, UEMA, foram seus alunos.
O seu maior divertimento até hoje é, quando ganha um livro de matemática e resolver todos os exercícios dele. Existem inclusive muitas histórias contadas por seus ex-alunos, como, por exemplo, ao mostrarem um exercício com o intuito de o testarem, ele respondeu: “Rapaz, este exercício pertence ao livro tal, está na pagina tal e o resultado e tanto”. O meu genro, engenheiro civil, Fábio Oliveira, construtor e Edilson Baldez, grande expoente no ramo da construção e hotelaria seus ex alunos, entre outros adoram citar os inúmeros episódios que vivenciaram com o grande mestre, é uma verdadeira lenda viva!
Uma de suas aulas mais brilhantes é a demonstração do teorema do Cão. A velocidade do seu raciocínio é algo de espetacular, nunca se soube de alguém que conseguisse olhar um sistema de seis incógnitas, e de cabeça dar o resultado de suas incógnitas.
O professor Raposo nunca faltou a uma única aula. Ele é um exemplo de ética, sabedoria e simplicidade, como todo gênio. Esposo e pai exemplar. Grande orgulho para o tio Manuca ( Manoel dos Santos) outro intelectual conterrâneo, In memorian
A importância de conhecermos a nossa história é fundamental para as gerações futuras. A grande maioria dos nossos alunos desconhecem a existência dos nossos gênios. Faço uma pós graduação aqui e vejo com tristeza que a maioria dos nossos professores não sabem nada de Gomes de Sousa, João Lisboa, Benedito Raposo, entre outros, homens que dignificam a nossa história, a história de Itapecuru. Bom seria que os cursos de Licenciatura em matemática ensinassem a história da Matemática, dos gregos, árabes, romanos, mas também de matemáticos tão brilhantes e reconhecidos nacionalmente, dos supracitados o professor Raposo lembrou ainda que Miguel Vieira Ferreira cunhado de Gomes de Sousa, 1º aluno do Exercito Brasileiro, grande matemático e que por ser amigo de D. Teresa Cristina esposa de D. Pedro II intermediou para criação de escolas para moças, que não havia na época.
Como filho de peixe, peixinho é, seu filho Anselmo Baganha Raposo seguiu seus passos. È professor de estatística, seguimento da matemática. E entre as diversas funções que exerceu para citar algumas: foi Pró-Reitor da Uema, secretário de Educação, atualmente é Assessor na área da Educação e fazendo doutorado em Paris. O seu neto Anselmo Baganha Raposo Júnior, professor mestre em matemática, que em concurso na Ufma passou em 1º lugar. Grande exemplo de família unida por laços consangüíneo e na Matemática.
A história de vida do professor Raposo, na sua paixão pela matemática, confunde-se com a dele próprio, precisamos mostrar o verdadeiro valor deste matemático Itapecuruense, Aqui expresso esta pequena homenagem com grande admiração.
Jucey Santana
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